Lies of P é um triunfo maculado pelo apego a Bloodborne

Em 19/11/2023 em 23:15, Smoke122 disse:

 

Há algo muito especial em Lies of P. Ao fim das mais de 50 horas de conteúdo, o RPG oferece o suficiente para, em um ano tão abarrotado, garantir-se como uma das melhores experiências de 2023. O título só não desponta entre os primeiros da lista pois, tal qual marionete, está atado a Bloodborne. 

Regido por uma lista de obrigatoriedades, o game da Neowiz é limitado pelas “homenagens” que se força a cumprir. Mas, caso se livre das amarras da marionete, o estúdio coreano possui um futuro brilhante à frente. 

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"Bloodborne do Pinóquio"

Lies of P é o pacote completo para o fã de soulsborne. Os embates com chefes são altamente scriptados e desafiadores, o combate exigente, a exploração linear mas recompensadora e a história soturna. Nem mesmo a Blighttown, de Dark Souls, ficou de fora.

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Há uma nítida “check-list” de elementos adaptados que tem o intuito de injetar o jogador com verossimilhança. E é  um pecado o quanto essa inserção é rigorosa, indo além do propósito de inspiração e se colocando à mercê da comparação. 

A rigidez é tamanha que o desenvolvimento parece ter recorrido ao comportamento e padrões de golpes de alguns dos chefões mais conhecidos da From Software. Você deve ter notado o quanto o Vigia Enferrujado se assemelha a Margit, de Elden Ring – e ele não é o único exemplo.

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Ao delimitar uma régua de qualidade inflexível, contudo, a Neowiz escancara que, justamente, não é a mesma desenvolvedora de Bloodborne. 

Assim como é o caso de outros soulslike, Lies of P possui hitboxes bastante questionáveis, inimigos com pouca variedade de ataque, animações que se atropelam para responder à leitura de input e câmera que frequentemente se perde ao acompanhar o combate.

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Nos trechos de exploração que antecedem os embates de chefes, a variedade de inimigos deixa a desejar, servindo em maioria como "sacos de pancada"

A verdade é, em jogos como Dark Souls, há uma linha tênue entre recompensa e frustração. Devido suas limitações técnicas, a experiência de Lies of P é mais "finalmente acabou" e menos "que incrível, consegui!"

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Um jogo cheio de alma

Por mais que tenha seus pontos de desgaste, Lies of P está longe de ser uma geringonça enferrujada. O RPG de ação do Pinóquio é, na verdade, um jogo cheio de alma.

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A angulação inusitada cativa a atenção desde o anúncio em 2019. O game homenageia Carlo Collodi, que publicou As Aventuras de Pinóquio em 1882, com uma versão steampunk de Paris na época da Bélle Époque.

Evidência de quão brilhantemente essa temática é o charme intoxicante dos momentos de respiro em meio ao caos. 

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É o exemplo da cena que sucede o encontro com o Rei dos Títeres, em que a Rua Rosa Isabelle é inudada pela chuva e lágrimas das marionetes desconsoladas. O peso no ar é palpável.

Ou, senão, as visitas ao Grand Hotel Krat, que serve de hub do game. P aprende mais sobre a humanidade ao interagir com os inquilinos e ouvir faixas envolventes de discos de vinil como "Feel" e "Quixotic". Não é exagero dizer que ganhamos certa humanidade junto com o protagonista nestes momentos.

Coração pulsante deste mundo envolvente, a história se faz explícita e acessível, diferente de Bloodborne. Aqui são abordados questionamentos que perduram com o jogador, como a pergunta do que, exatamente, é a humanidade.

Outro mérito que torna Lies of P um excelente RPG de ação é seu polimento e surpreendente customização do combate. 

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As parafernalhas à disposição so Pinóquio robótico são as mais variadas, de uma coleção extensa de armas a braços legionários de diferentes atributos até árvore de habilidades  a forma dos Órgãos P. Há algo para cada tipo de jogador, por mais que o combate defensivo seja mais incentivado.

Também há melhorias de qualidade de vida em relação a Bloodborne, como o fato que as almas ("Ergo", no caso de Lies of P) podem ser resgatadas na porta do chefão, poupando os esforços de resgatá-las no meio do campo de batalha. Li em

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É nos momentos que se projeta para fora da sombra da From Software que Lies of P mais brilha. No fim, por mais que haja problemas, o saldo é mais positivo do que negativo, ao ponto de gerar ansiedade para os próximos pronetos da Neowiz. Isso sem contar o possível DLC, claro.

 

Estou jogando há um mês e devo admitir que uma vez usei um código de trapaça para um chefe. Mas! Já tentei vencê-lo muitas vezes e quase consegui, mas sem querer saí do jogo. Portanto, considero que não sou culpado deste código de trapaça. Na verdade, o chefe era quem estava se transformando em um cara de cabelo comprido*

Pontos positivos:

• História envolvente e temática original: Lies of P é uma história de Pinóquio ambientada em uma versão steampunk de Paris na Belle Époque. A história é bem escrita e explora questões interessantes sobre a humanidade e a natureza da realidade.
• Combate polido e customizável: O combate de Lies of P é desafiador e recompensador. Os jogadores têm uma variedade de armas, habilidades e opções de personalização para escolher, o que permite que eles criem um estilo de jogo que se adapte à sua preferência.
• Melhorias de qualidade de vida: Lies of P inclui algumas melhorias de qualidade de vida em relação a outros jogos soulslike, como a capacidade de resgatar almas na porta do chefe e o menu de teleporte que indica quando novas interações com NPCs estão disponíveis.

Pontos negativos:

• Influência excessiva de Bloodborne: Lies of P é claramente influenciado por Bloodborne, tanto em termos de estética quanto de jogabilidade. Isso pode ser visto na semelhança entre alguns dos chefes e inimigos, bem como na natureza desafiadora do combate.
• Problemas técnicos: Lies of P tem alguns problemas técnicos, como hitboxes questionáveis, animações desajeitadas e câmera que às vezes se perde.

Concordo plenamente com você. Lies of P está repleto de histórias incríveis. Também descobri o fascinante mundo de Blaze Aposta